Intervenção de Paulo Estêvão, Presidente do grupo parlamentar do PPM AÇORES
No DIA DA REGIÃO no concelho da Lagoa ilha de São Miguel
Hoje é um dia de celebração. Um dia de festa. É o dia de todos os açorianos. É o dia do Povo dos Açores.
Nasci no Alentejo, mas vivi aqui, nestas ilhas, metade dos meus 54 anos de vida. Amo esta terra tanto como a terra em que nasci. Durante os últimos 27 anos aprendi a admirar este grande povo. Um povo generoso como poucos. Resiliente como nenhum outro. Um povo que fez e faz da solidariedade a sua insígnia histórica. A sua marca identitária.
Um povo que se espalhou pelos quatro cantos do “Novo Mundo”. Das pampas do Uruguai e do Rio Grande do Sul ao Canadá, passando pelas selvas da Amazónia, pela Bermuda, pelo Havai e pelas planícies californianas. Em todos esses locais sobrevive o Culto ao Divino Espírito Santo e a memória transmitida orgulhosamente, de geração em geração, destas ilhas de encanto.
A História dos Açores é uma epopeia grandiosa. A epopeia de um povo que sempre se impôs mais pelo arado que pela espada. Um povo habituado a sobreviver às inclemências do mar, à tremenda fúria dos ventos e à agitação cíclica de uma terra de vulcões indomados. É por isso que o povo açoriano, onde chegou, ficou e ganhou o futuro. Construiu as raízes fortes que só um grande povo de agricultores sabe plantar e preservar.
Prova disso são os 250 anos da fundação da cidade de Porto Alegre, a maior cidade açoriana do mundo, que se comemoram este ano. No outro lado do mundo cresceu uma nova Cartago açoriana. Um gigante que multiplicou, até ao infinito, o contributo das dezenas de casais açorianos que lá criaram raízes e construíram um maravilhoso mundo novo.
Falar dos Açores é falar de tudo isto.
Libertar o espírito, atravessar a neblina e olhar extasiado para um “mundo açoriano” de afetos, cuja dimensão ultrapassa a nossa imaginação.
Estou, por isso, muito consciente do que significa representar o grande Povo Açoriano no Parlamento dos Açores. É uma honra. A maior honra da minha vida. Mas é também uma responsabilidade. Uma grande responsabilidade, que assumo com sentido de missão.
Meus senhores!
Povo dos Açores!
A eleição de dois deputados do PPM, eu e o Gustavo Alves, contribuiu, de forma decisiva, para a mudança política que ocorreu nos Açores em novembro de 2020. Era uma mudança necessária. Nenhuma democracia sobrevive sem alternância política. Não podem governar sempre, durante tantos anos, os mesmos.
É por isso um gosto e um prazer discursar aqui hoje. Noutros tempos seria impossível à oposição política ter voz própria na comemoração do Dia dos Açores. É certo que este é um dia em que deve prevalecer uma mensagem de unidade, mas isso não invalida que esse apelo – que esse propósito -, não possa ter uma natureza plural, que reflita a diversidade de opiniões existente nos Açores.
Neste discurso quero, sobretudo, deixar um forte apelo à união e à mobilização de todas as nossas capacidades e energias para que nos seja possível atravessar o período turbulento que se aproxima devido às consequências da crise internacional que continua, quase diariamente, a agravar-se.
Não é tempo para lutas egoístas. Todos nós, nos mais diferentes sectores de atividade, no turismo, na agricultura, nas pescas, na construção civil, na administração pública, na política e em tudo o resto, temos de dar o máximo. De empenhar-nos ao máximo.
Temos os recursos necessários para triunfar e seguir o nosso percurso. Depende em grande parte de nós. De todos e de cada um. Da soma das nossas vontades.
Por uns Açores prósperos. Por uns Açores justos.
Viva os Açores!